Curso de Especialização em Ética, Valores e Cidadania na Escola

domingo, 23 de outubro de 2011

Vídeo-Aula 28 - O Fenômeno do Bullying

Educação e Valores
Prof.ª Kátia Pupo



Um assunto atual e que precisa ser muito discutido pelos educadores é o Bullying.  Isto não quer dizer que seja um fenômeno novo, mas que os estudos são recentes, datam a década de 70 para os Estados Unidos e no Brasil começa a ser estudado em 2003.
Está muito presente em nossas escolas, embora não ocorra só nelas e, por vezes é banalizado, fazendo parte do cotidiano escolar, sem que os educadores promovam uma ação verdadeiramente eficaz para que este fenômeno seja minimizado nos ambientes educacionais. 
   Embora os educadores não façam a intervenção adequada, é necessário saber que o Bullying traz consequências sérias para a vítima.
      Para que fique bem claro do que se trata este fenômeno, seguem informações muito importantes  da vídeo-aula apresentada pela Prof.ª Kátia Puppo:
                 O termo Bullying  é utilizado em inglês por não haver em português um termo apropriado que englobe todas as características deste fenômeno.  Consiste em todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s) causando dor e angústia e executadas dentro de uma relação desigual de poder e capacidade defesa.
                Algumas das ações que estão incluídas no fenômeno Bullying:

  •          Humilhação;
  •          Xingamentos;
  •          Difamação;
  •          Constrangimento;
  •          Menosprezo;
  •          Intimidação;
  •          Ameaças;
  •          Exclusão;
  •          Perseguições;
  •          Agressão física;
  •          Roubo.
Alguns dados nos revelam que 40,5% dos adolescentes já vivenciou a situação como alvo (vítima), agressor ou expectador. Acontecem com frequência na sala de aula, na presença do professor e a não interferência do mesmo agrava a situação.  50% das vítimas não denunciam por medo de represálias.
Como características, os meninos praticam mais a agressão física e as meninas mais   fofoca, difamação e exclusão do grupo.
O educador necessita saber diferenciar o que é uma brincadeira, ainda que de mau gosto do Bullying propriamente dito:
Para ser assim considerado deve apresentar:
·         Uma ação repetida e intencional;
·         Com duração prolongada (1 semestre, 1 ano, vários anos);
·         Sem motivação (não há nada na vítima que o justifique;
·         Desequilíbrio de poder;
·         Impossibilidade de defesa.
·         O mentor intelectual do Bullyng  às vezes fica no anonimato.

 Não é muito adequado traçar o perfil dos envolvidos, mas a combinação de várias características desta lista deve ser considerada por servirem de pistas.
Em relação à Vítima:
·         Pouca habilidade de socialização;
·         Dificuldade para reagir;
·         Características físicas, comportamento, orientação sexual; condição socioeconômica;
·         Hiperativas e impulsivos (vítimas provocadoras);
·         Muitas vítimas tornam-se agressores;
·         Não pedem ajuda.
·         Em relação à Agressores:
·         Ambos os sexos;
·         Desrespeito contínuo às normas;
·         Dificuldade de lidar com a frustração;
·         Liderança;
·         Pequenos delitos;
·         Dempenho escolar regular ou  insuficiente;
·         Ausência de culpa;
·         Desafiadores e agressivos;
·         Dificuldade em lidar com figuras de autoridade (desafiadores);
·         Mentiras constantes (para esconder seus atos);
Em relação aos Expectadores:
É importante dizer que os expectadores contribuem muito para manter o Bullying na medida em que o observam e se omitem, alimentando a impunidade Podem ser passivos (só assistem e não interferem para não se tornarem vítimas) ou ativos (o estimulam, o incentivam).
               
Cyberbullying ou Bullying Virtual:

·           É praticado na internet;
·           Mais amplo, seu efeito é multiplicador e duradouro;
·           Anonimato;
·           Impunidade;
·           Maioria de adolescentes;
·           Passível de ação penal.

Consequências do Bullying:

·           Tendência ao isolamento;
·           Dificuldade de participar das discussões em sala de aula;
·            Queda do rendimento  escolar;
·           Fobia escolar;
·           Mudança de humor;
·           Insônia, sintomas de dor de cabeça, estômago;
·           Irritação, ansiedade, tristeza;
·           Mais propensas a desenvolver transtornos afetivos, depressão, anorexia, bulimia, síndrome do pânico;
·           Suicídio e homicídio.
Intervenções possíveis antibullying:
·           Conscientização;
·           Sensibilização da comunidade escolar;
·           Ambiente de confiança solidário e ético);
·           Estabelecer regras e limites claros;
Para  que o Bullying  diminua é preciso criar escolas democráticas, estimular os alunos a falar dos sentimentos, discutir normas de convivência e valores morais, educar para a paz. As assembleias escolares cumprem um papel muito relevante neste processo. Tais procedimentos dão muito apoio às vitimas.
Ao educador cabe o papel de estabelecer regras e mostrar que o Bullying não será admitido na escola. Essa postura favorece a diminuição deste fenômeno.


  



Vídeo-Aula 27 - Práticas de Cidadania


Educação e Valores
Profª. Patricia Junqueira Gradino


        Neste momento devemos refletir sobre o que é necessário para a implantação de um projeto de atenção direta à comunidade. Refletiremos a partir da perspectiva psicossocial, na qual a realidade  passa por um processo de construção histórico-social.
         Nesta abordagem o ser humano é visto como produtor da realidade e, ao mesmo tempo, determinado por ela. Trata-se de um processo dialético a partir do qual o ser humano constrói suas relações e produz sentidos socialmente, viabilizando crenças e convicções e estabelecendo maneiras de reagir no mundo.
          Entendendo este contexto e suas representações sociais e somente assim os projetos poderão ser desenvolvidos, pois em caso contrário geram-se muitas resistências capazes de destruir qualquer projeto. O conhecimento científico não pode surgir como a verdade absoluta, é necessário  considerar os saberes prévios da  comunidade.
              Deste modo vale elencar as etapas para a elaboração de projetos:
1. Reconhecimento, caracterização e contextualização do campo;
2. Estabelecimento de parceria (simétrica e horizontal) com comunidades-alvo e seus representantes;

3. Levantamento conjunto das demandas a serem atendidas;
4. Problematização das demandas e definição dos temas dos projetos.



        A partir destas etapas devem ser estabelecidos objetivos claros e sintéticos, definido o público-alvo e traçadas as metodologias e estratégias de intervenção. É bom salientar que em hipótese nenhuma estas últimas podem ser desenvolvidas  antes das etapas anteriores que servem de base para o projeto.
                A seguir são registrados os resultados esperados e o cronograma, importantíssimo para a organização do trabalho. Depois é só dar seguimento e bom projeto!!!!!