Curso de Especialização em Ética, Valores e Cidadania na Escola

Educação Especial e Inclusiva: Avanços e Desafios


Vídeo-Aula 3
Ética e valores na ação educativa
Profª. Kátia Amorim –USP –Ribeirão Preto

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Nesta Vídeo-Aula são discutidos:
- o processo historicamente construído de exclusão- lutas e reivindicações para incluir;
- a revisão das três revoluções educacionais:
- 1ª) Grupos muito restritos, educação individualizada, através de um preceptor, dura por muito tempo.
 - 2ª)  Ainda grupos restritos, o estado toma conta da educação–pública. O professor passa a trabalhar com a classe, grupo de alunos – homogeneização – extensa legitimação da exclusão, isto veio sendo naturalizado, está no senso comum.
 - 3ª) Universalização do acesso a da educação. O movimento da 2ª Revolução está entremeado e por isso existem muitos conflitos em relação ao perfil cultural, rompimento com a homogeneização, diversidade que inclui pessoas com deficiência e outro transtornos, indígenas, etc.
- Rompe com a legitimação da exclusão e nasce a legitimação dos Direitos;
- Como modificar estas concepções em nós e no trabalho em sala de aula?
- Romper com os paradigmas escolares de ler, escrever e contar, como trabalhar com estes valores ainda estão presentes e há alunos tão diversos em sala?
- Como o professor faz quando tem que fazer uso de novas tecnologias
- A educação é local privilegiado para evitar e corrigir práticas intolerantes
- A tolerância ao outro deve ser trabalhada o outro pode ser fonte de todo o mal, sujeito de uma marca cultural ou alguém a tolerar o que leva a uma relação de menosprezo, é a relação de empatia que vai propiciar o processo de ensino-aprendizagem. Será que saberemos ensinar este outro?
- Como lidar conviver e ensinar aquele que a sociedade sempre considerou alijadas da escola?
- Este é o desafio colocado para o professor, pois se este curso tem uma proposta de trabalho de ética, cidadania e respeito ao outro, deve-se discutir, ajudar as crianças a se colocar no lugar do outro.
- Alguns valores negativos - preconceitos precisam ser superados – refletir qual a afetividade que você tem em relação ao jovem diferente?
- Para um trabalho intencional com ética e valores e cidadania junto aos alunos cada professor deve pensar o significado que tem para si o aluno regular, quem deve ir a escola, discutindo diferença, doença e deficiência, condição para um dialogo transparente.
- O risco é de que ocorra inclusão perversa ou a dialética da inclusão-exclusão, estar em sala de aula, mas aliada da inclusão do conhecimento posto na sala de aula. Para fugir desta é colocar-se no lugar do outro. Ter humildade e saber do limite do nosso fazer até porque não temos formação suficiente que dê conta disso. Para se trabalhar com as crianças com necessidades especiais são necessárias parcerias.
- Como podemos ver muitas são as questões que se sobrepõem ao tema, e que temos dificuldades em responder, a busca e a abertura pessoal, a vontade de acertar e a ética de oferecer o melhor de si são os eternos guias para educar com responsabilidade a diversidade do alunado.


Vídeo-Aula 4
Ética e saúde na escola
Profª. Lúcia Tinós–USP

- Esta vídeo-aula tem a intenção de refletir a respeito da definição de quem são os alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEEs)
- Qual seria o meu planejamento ao receber um aluno com NEEs?
-O que significa receber a noticia de que terá um aluno com NEEs?
- Qual o impacto que tem na sua ação?
- O que te diz a terminologia NEEs?
- Qual o seu olhar para esse termo e esse aluno?
- Ao receber este aluno que referências te vem a mente?
- Que aluno é esse?
- Quais as necessidades do aluno?
- Quais as suas necessidades enquanto professor?
- O que você precisa ter para trabalhar com esse aluno?
- Você saberia dizer se possui alunos com NEEs em sala? Quais as necessidades deste aluno?
- Quais os alunos que você tem que se encaixam nessas necessidades educativas especiais?
Contexto Histórico:

- Quando surge este termo o objetivo era desfocar do aluno as dificuldades colocando a escola como corresponsável, mas ficou de difícil entendimento.






- Se a intenção era desfocar as dificuldades do aluno, o surgimento do termo não consegue avançar, pois ainda reforça a comparação entre alunos com NEEs com outras pessoas

- Termo utilizado pela 1ª vez em Salamanca – 1994.
- Reafirmado compromisso de Educação para todos
- Quem são os alunos com NEEs?
-Pode-se pensar em todos os alunos – tímidos, fala mais, liderança, quais seriam os alunos que poderiam se enquadrar nesta terminologia.





- Será que a amplitude do termo NEEs pode ser gerador de ambiguidade e de ações discriminatórias?
- Existe diferença entre NEEs e diversidade. É importante conhecer a terminologia, mas em que contexto foi produzida e o que significa, esta é muito abrangente e pode gerar o esvaziamento do termo, o que não nos ajuda a pensar.
- No Brasil fazem parte da Educação Especial: deficientes físicos, auditivos, visuais, mentais (hoje, intelectuais) e múltiplas – Decreto 3298/99
- A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva – 2007, não é legislação, mas uma intenção, uma política, traz a definição de Transtorno Global do Desenvolvimento, fala de autismo esquizofrenia e outras, sempre muito ligadas à área médica.
- Superdotação.
- Como as definições estão sempre muito ligadas à área médica, o que é importante salientar que o diagnóstico só tem importância se contribui para as questões pedagógicas.
- Cuidados: reconhecer a complexidade dessas terminologias e diagnósticos
- Conhecer para atuar pedagogicamente;
- Assegurar a singularidade de cada aluno;
- Ter consciência das consequências do uso desta terminologia para a vida do aluno;
- Não se deve olhar para o aluno pela terminologia, mas pelo que ele é capaz.
O aluno não é só do professor, mas da escola, trabalhar coletivamente, quanto mais pessoas olharem pela dificuldade do aluno e pelas suas, mais fácil será o trabalho.
                Atualmente não dá para ser professor sem atualizar-se em relação às questões relacionadas à Educação Inclusiva. É sempre importante conhecer a Legislação, aprimorar a metodologia e, principalmente, despir- se de preconceitos.

Vídeo-Aula 7
Crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais: dialética inclusão/exclusão
Profª. Kátia Amorim–USP

Exclusão na inclusão: expressão muito pertinente a que vivemos hoje! Quantas vezes ainda vemos situações excludentes sendo mascaradas de uma postura inclusiva! Somente conhecendo como se dá este processo é que seremos capazes de conquistar  a inclusão por inteiro!
                Refletindo através do depoimento de algumas pessoas conseguiremos enxergar esta realidade e, após analisá-la será que poderemos contribuir com uma postura mais crítica e mais comprometida na nossa prática cotidiana? Reflitamos:
Esse processo é controverso, tenso. Complexo, pois existem várias perspectivas, atores e instituições. Serão abordadas quatro perspectivas a partir  do ponto de vista da direção e coordenação da escola, da criança com NEEs, do professor e dos familiares através de quatro entrevistas:
Carla, mãe do João Pedro – Down: escolas despreparadas, em algumas escolas as crianças são incluídas e ficam sem suporte e param de estudar
Em outras escolas há uma inclusão social, onde a criança se forma sem alfabetizar-se após passar longos anos com a criança, por exemplo. Falta olhar para a habilidade/capacidade de cada uma delas, mudando o contexto e a forma de ensinar. Ao professor cabe reconhecer suas necessidades e dificuldades para pensar estratégias e pensar objetivos. No trabalho com a família como parceira é mais fácil atingir este objetivo.
Patrícia, profª. da rede pública: a inclusão implica em alguns desafios para o professor. Um aluno com 15 anos na 4ª série. Ao tentar entender, a profª. perguntou para a equipe gestora e percebeu uma naturalização da deficiência, usando termos pejorativos, inclusive. O aluno iniciava o ano e evadia, a profª. procurou a profª. de ensino itinerante, a Sala de Recursos que ele não podia frequentar, segundo a mãe por ter sono. Como nos outros anos, ele novamente evadiu. Este aluno teve a vida toda uma história de fracasso escolar. Temos atualmente que pensar as necessidades dos alunos, usar estratégias diferenciadas, até porque os alunos não aprendem ao mesmo tempo e da mesma forma.
                O professor tem que procurar todos os recursos e apoios possíveis, até por serem garantidos por lei. O professor ao receber um aluno assim sentem-se inseguros, talvez por não conviverem com estes socialmente e a escola não está cumprindo o seu papel social de ensinar, tendo que repensar este aspecto para oferecer um ensino de qualidade e garantir o acesso,
Cláudia Vazlle, coordenadora escolar: acompanhou diferentes processos de inclusão e ouviu diferentes envolvidos, além de acompanhar os desafios para cada um. Para o professor fica a sensação de estar despreparado, sem formação, a crença de que a ação do professor seria incluir apenas socialmente. Para as famílias há a dúvida se é o melhor colocá-lo no ensino regular, se os profissionais estão preparados, disponíveis, os profissionais da saúde também têm dificuldades por estar acostumados em lidar com estas crianças em ambiente clínico. Finalmente as crianças que vivem este processo seja a que tem NEEs ou as consideradas normais, muitas vezes neste processo fala-se do ponto de vista o adulto e esquecemos das crianças, porém estas parecem resolver com mais facilidades as suas questão e desafios. Precisamos ouvir e instrumentalizar este grupo para aprender e viver este processo de maneira interessante
                Tendo visto essa diversidade de posicionamentos como isso se reflete no cotidiano das crianças que já estão no ensino regular?
Ponto de vista do aluno - caso 1: criança com paralisia cerebral com o cognitivo preservado, as pessoas quando a veem agem como se a deficiência fosse o todo da criança, como se a criança fosse inteiramente deficiente e não se a deficiência representasse apenas parte dela. Nesta imagem a criança ingressa antes dos outros da sala, as outras esperam que ela entre, sente em lugar diferente, distante dos outros. A ela,  vista como inteiramente deficiente, nada é perguntado, ela não é ouvida, está excluída dentro da escola. Temos visto isso nas falas e vivencias de professores famílias e crianças. Entram nas escolas sem o professor saiba que vai receber aluno com necessidades especiais , como se a sala fosse homogênea. Só aos poucos vai se descobrindo como são suas necessidades. Elas vão desaparecendo se misturando, perdendo suas necessidades especificas para permanecer na escola, está incluída de maneira excludente. Como fica isso em termos de aprendizagem? O aluno vai sendo visto como sem condições de ter avanço na aprendizagem. A gente tem que mudar o foco do olhar. Não focar mais na criança, o problema como vindo deste sujeito, mas olhá-la na relação com o professor.

Vídeo-Aula 8
Contradições na história e história da educação especial
Profª. Kátia Amorim–USP
A história da Educação Especial deve ser vista à luz do contexto histórico geral do Brasil e do desenvolvimento da História da Educação também. Porém nem sempre elas caminharam juntas.
O importante, porém é que a evolução trouxe, entre tempos e contratempos ao cenário atual. Neste podemos perceber as influências recebidas em cada época e que nos fazem ter algumas atitudes e valores que ainda são contraditórios.
                Se pensarmos a Educação Especial sob a ótica das três Revoluções, perceberemos que próximo aos anos de 1500 tínhamos tutores e educação escolar não existia. Em seguida  começam a surgir escolas, mas para uma pequena parcela da população. É o momento da 2ª Revolução. Atualmente estamos no início da 3ª Revolução Educacional, Educação para todos e ainda vivemos contradições, frutos de  um período de resistência e transição.
                Entre a 2ª e a terceira Revolução Muita coisa aconteceu...
·         Surgimento do Instituto Benjamin Constant e Inst. Nacional de Surdos-Mudos;
·         Evolui para a criação de Instituições Especializadas por órgãos não governamentais;
·         1961: leis para garantir os direitos dos excepcionais;
·         1973: criação do Centro de Educação Especial;
·         Surgem legislação internacionais;
·         Na França surgem também institutos para cegos e outro para surdos;
·         1819-24 inicio da elaboração da escrita Braille:
·         Discussão oralismo/bilinguismo para surdos;
·         Dentro do processo de crescimento da psicologia a avaliação da inteligência favorece a identificação das “anormalidades”, passa –se a dar educação diferenciada para a população com NEEs;
·         Gradualmente começa-se a investir no ser humano;
·         1920 - 41 entre mil crianças fazem o ensino primário;
·         Na Constituição de 34 a educação passa a ser gratuita e obrigatória;
·         Ampliam-se e constituem-se instituições e instrumentalizações para a educação desta população.
·         Pós-guerra – discutem-se os direitos Humanos independente da origem das pessoas.
·         Vários grupos de pessoas com deficiências fundam grupos e instituições para esta população;
·         Surge a formação de professores para a educação especial;
·         Campanhas nacionais de pessoas com NEEs;
·         1970 Estado assume o papel, porém ainda trabalhando em paralelo com a educação. Passa-se a pensar tratamentos, organiza-se pesquisas , traçar currículos;
·         Os movimentos vão crescendo, na Constituição Federal aparecem vários aspectos , inclusive o lazer de pessoas com NEEs;
·         De algo separado, paralelo, inicia-se o entrelaçamento que atrela Educação Especial e Educação Regular;        

Este entrelaçamento dá origem à Educação Inclusiva, paradigma da nossa época, no qual todas as crianças tem direito de estar no ensino regular com igualdade de condições. O que nos cabe hoje é fazer com que preconceito e discriminação, assim como a lógica da inclusão/exclusão dê origem a novos valores e uma nova postura onde a educação é oferecida com equidade  todos os seres humanos.





Vídeo-Aula 11
A Legislação como instrumento de inclusão
Profª.Lúcia Tinós – USP


Esta aula quer apresentar  alguns documentos nacionais e internacionais
Por que existe a necessidade de reafirmar o direito de educação para todos?
Numa sociedade mais justa  os direitos básicos, incluindo a educação, seriam uma premissa.?


                                                              Documentos Internacionais:
  • Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU – 1944
  •  Conferência Nacional da Educação para todos – Tailândia – ONU – 1990
  •  Declaração de Salamanca 1994

Documentos Nacionais:
  • Constituição Federal de 1998 –
  • Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 1996
  • 10098/2000: Lei da Acessibilidade
  • Plano Nacional da Educação  -2001
  • Decreto 3956 – contra a discriminação de toda forma de deficiência – 2001
  • Decreto 10436 – Reconhece LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão – 2002
  • Política Nacional da Educação Especial, na Perspectiva Inclusiva -2007

                Pensando em todos estes documentos e legislações podemos dizer que são frutos de um contexto histórico e que o Brasil é fortemente influenciado pela legislação internacional. Todos tem o seu peso e valor. Mas esta documentação toda também é fruto de embates e discussões que geram avanços e retrocessos, conflitos e ganhos e nem sempre as políticas frutos desta legislação não consegue atender os sujeitos destas.
                Por tudo isso é muito importante a todos os professores conhecer esta legislação, usar diálogos com especialistas, conhecer de tecnologias assistivas, conhecendo direitos e deveres poderemos lutar para conquista-los.
Devemos parar de brigar com os alunos para brigar por eles!


Vídeo-Aula 12
Como vem sendo organizada a Educação Especial  no país
Profª Claudia Lodi – USP
 A Educação Especial vem sendo organizada e reorganizada muitas vezes no contexto histórico
O Instituto Benjamin Constant e o Instituto Nacional de Educação de Surdos foram fundadas sob o modelo francês europeu . Escolas residenciais para meninos de 7 a 10 anos , voltadas para o ensino profissionalizante. Quanto aos deficientes intelectuais surgiu em asilos e manicômios, com um olhar voltado ao modelo médico, elas deveriam ser confinadas, excluídas socialmente, vinculada aos dserviços de higiene e saúde pública.
Isso começa a se transformar a partir da década de  50/60 até os anos 80, com a criação deoutros espaços educacionais efetivos.
A partir da LDB de 61 começa a haver um lhar mais atento a esse processo, aumenta a relação com os profissionais da educação. Saúde encaminhava e orientava os procedimentos na área pedagógica. Desenvolveu-se o que conhecemos como Educação Especial: salas com poucos alunos, conteúdo reduzido, pouca ou nenhuma problematização, não escolarização (certificação), oralismo para os surdos, etc. tinham o formato de escolas especiais, classes especiais em escolas regulares e instituições especializadas como a APAE. Tinha como base o princípio da integração através do qual os alunos normais serviam de modelo além de oferecer condições de inserção social, mas a pessoa com deficiência deveria esforçar-se para ser o mais normal possível.
                Atualmente vivemos o princípio da inclusão no qual o ambiente, a escola é que deve adaptar-se à necessidade das pessoas, neste princípio todos devem estudar na rede regular de ensino. Todos merecem educação de qualidade, atendimento especializado, acessibilidade, etc. O atendimento especializado não deve substituir o ensino regular.
                O modelo anterior coexiste com o atual em algumas circunstâncias, cabendao cada vez mais a nó aprimorarmos o atual para atender realmente as necessidades, visto que alguns limites sérios ainda se apresentam:
- classes para apenas socialização
Atividades não são pensadas para o aluno comNEEs
Precisa contar com o apoio dos colegas
Despreparo do professor
Número elevado de alunos por sala
Muita diversidade de alunos no AEE no contraturno
Muito conteúdo para puco tempo
Frente a isso precisamos melhorar a educação para oferecer igualdade de condições, valorizar a função educacional da escola e cada vez mais favorecer o desenvolvimento da pessoa com deficiência através do nosso compromisso e comprometimento.



Vídeo-Aula 15
Como anda a  Educação Especial  no país
Profª Kátia de Souza Amorim – USP

O que o MEC aponta em termos de Inclusão:
As matrículas cresceram muito a partir de 1998. Cada vez mais está crescendo a matrícula na escola regular.  Chama a atenção que em 2006,  ao redor de 700.000 matrículas eram de alunos com NEEs, mas a estimativa é que nesta faixa etária seriam ao redor de 2 milhões e não sabemos ondeos outros  estariam.
Limitações:
·         Dificuldade de acesso a informações – só as escolas especializadas tem registro das crianças com deficiência, algumas escolas regulares não tem nenhuma informação – A consequência é dificuldade de traçar um diagnóstico que favoreça a melhora no atendimento;
·         Diagnóstico: muitas não se tem diagnóstico, somente são classificadas como deficientes. Isso acontece a despeito de que o MEC categoriza as diferentes deficiências e transtornos para que professor, a família, a coordenação possa atuar melhor com a criança;
·         Diagnósticos  que não diferenciam os níveis de deficiência, que exigem ações e recursos diferentes – diagnóstico vago
·         Quem dá o diagnóstico muitas vezes é o corpo docente ou simplesmente não é dado, o que pode incorrer em erros e dificuldades na forma de atender a criança. Ao invés de instrumentalizar, serve para eximir da responsabilidade do professor.
·         Dominância da deficiência intelectual, outros diagnósticos dependem dos suportes dados por cada município;
·         60% dos alunos inclusos são meninos. A preocupação é se a menina vem sendo discriminada, ou se  o mito do menino impossível  tornou-o  o menino deficiente;
·         O tempo de permanência: um grande contingente fica de 1 a 4 anos no ensino regular, boa parte fica apenas um ano.  Os alunos ainda permanecem muito mais tempo na Educação Especial que no Ensino Regular;
·         As crianças que permanecem na escola o fazem de maneira descontínua, com interrupções entre as séries – há uma lacuna muito  grande;
·         A grande maioria está no 1º ciclo e na educação infantil, sem continuidade e sem certificação. Boa parte não completa nem o Ensino Fundamental;
·         A parceria escola especializada e escola regular ainda é muito baixa;
·         Muitos estão na EJA e na Educação Precoce, mas saem da escola sem a possibilidade de inserção no mercado de trabalho;
·         A inclusão escolar tem que dar a possibilidade da  inserção no mundo do trabalho. Num desvio de percurso possivelmente muitos vão para a EJA.
Precisamos mudar este cenário!!!!


Vídeo-Aula 16
Trajetórias escolares de pessoas com deficiência e a Educação de Jovens e Adultos
Profª Lúcia Tinós– USP

-Existe alunos com Deficiência na rede? Quem são?
-EJA – modalidade que dá acesso escolar a quem não teve oportunidade na idade certa. Geralmente posta em 2º plano;
-Quanto ao perfil, há muitos  alunos marginalizados e empobrecidos, alunos com NEEs e com deficiência;
-O nº de alunos com deficiência na EJA vem aumentando;
-A maioria dos alunos com deficiência que procuram a EJA é tem deficiência intelectual, seguido da deficiência auditiva.
-Quem dá o diagnóstico? Como ele é utilizado? Ajuda no planejamento de EJA? São questões para reflexão!
Estes dados que nos permitem refletir são parte de uma pesquisa elaborada pela professora  Lúcia, mas é importante que a atualizemos co os dados da nossa realidade.
Outra pesquisa bastante interessante diz respeito ao estudo de caso de uma garota que, sendo deficiente física sem movimentos, mas com o cognitivo preservado, lutou muito para fazer conquistas escolares. Sabe-se que sua jornada não foi fácil, mas também nos convida a repensar certos assuntos:
É importante saber que os jovens e adultos que apresentam muitos sonhos projetos, mas,  por vezes já passaram por exclusão escolar. Há necessidade que o sistema identifique os seus alunos para que se possa elaborar pesquisas que sirvam para implementar  políticas públicas.


Vídeo-Aula 19
O todo pela parte: A questão do estigma
Profª  Ticiana Melo de Sá Roriz – USP
Os estigmas são características individuais a serem exaltadas ou não. Podemos aprender com o outro algumas características que ele possui e gostamos de aprender a lidar com algumas que temos e não gostamos
O estigma é a situação do individuo que está inabilitado para a situação social plena.O estigma depende do outro
O indivíduo que poderia  ser facilmente recebido na relação social, possui um traço que pode se impor a atenção e afastar aqueles que ele encontra destruindo a possibilidade de atenção e afastar aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção para outros atributos seus.
Um atributo só se tornará depreciativo, só se tornará estigmatizado se não for aceito pela sociedade.  Nestes casos não vemos o que a pessoa tem além do estigma.
O que é preciso é uma linguagem de relações e não de atributos, um atributo que estigmatiza alguém pode confirmar a normalidade de outrem, ele não é em si mesmo nem honroso, nem desonroso. É na relação que o atributo é construído ou destruído.
Quanto mais cedo aprende a lidar com situações de  confronto, difíceis  ela ganha repertório para saber lidar com esta situação.



Vídeo-Aula 20
A complexidade no estudo dos processos de desenvolvimento humano
Profª  Kátia de Souza Amorim – USP

Esta vídeo-aula, de uma forma bem interessante, traz elementos que nos fazem refletir sobre o desenvolvimento numa abordagem que valoriza o contexto histórico e social. Eis algumas ideias que me pareceram significativas:
 Como concebemos o desenvolvimento podemos restringir a nossa prática por não acreditar que a criança possa se desenvolver.
Para que a criança se desenvolva, deve ser pensada no contexto das relações – principalmente com a mãe, com a família, a vizinhança, escola, com dinamicidade no processo de desenvolvimento.
Para considerar o desenvolvimento da criança é necessário vê-la para além dela própria, do biológico interligando-o com o psicológico, com o social.
A criança precisa de mediador que traz elementos da cultura, de como agir, de como falar. A priori, estes são os pais, mas nãos só eles.
Esta mediação é o que vai atravessar o desenvolvimento da criança por toda a vida. Dá-se pelas interações.
Há que se pensar alguns elementos: quais são as pessoas que cuidam da criança?
Como é a relação da criança com os professores? E com as famílias? Onde cuidam? Como ela vive? Como é organizada a casa? Como é a escola ?Como ela se organiza, como as crianças são tratadas? 
Mulher  - mãe – mercado de trabalho – realização profissional -  maternidade – culpa pelo não cuidado direto, contínuo – relações com o lugar de cuidado com o filho – creche- “culturalmente lugar de judia de criança – mãe dividida – angústia – dificuldade de lidar com a situação – pode entrar em competição com a cuidadora- conflitos na forma de educar – cultura, crise, desencontro, conflitos
As pessoas estão imersas numa cultura, mas cada um tem suas próprias concepções. A cultura está na prática e as práticas podem aparecer de forma concreta, estas práticas, neste entrelaçamento de pessoas significações e contextos estarão delimitando e ampliando possibilidades. Quando a criança chega na escola , não dá pra predizer se ela vai aprender ou não. 


Vídeo-Aula 23
A complexidade do desenvolvimento e a educação de pessoas com necessidades especiais
Profª  Kátia de Souza Amorim – USP

O desenvolvimento das pessoas se dá de maneira igual, espera-se que haja regularidade e linearidade dos processos de aprendizagem, aprendam simultaneamente. Quem não acompanha é diferente, deficitário, deficiente. A pessoa desaparece fica uma imagem negativa de alguém que não tem algo, de quem não adianta investir.
Essa regularidade fere noções de desenvolvimento, esta é minimizada em algumas situações ,como por exemplo quando tem deficiências sensoriais. São as tecnologias assistivas, a Libras, por exemplo.
Os que tem deficiência intelectual, o que pode aprender ? ela vai além do aprendizado social? Temos que deixar a visão de desenvolvimento linear para a complexidade.
A plasticidade cerebral é uma propriedade do sistema nervoso, capacidade adaptativa que permite o desenvolvimento de alterações estruturais e funcionais. Essa recuperação funcional em função de uma lesão.
A idade do indivíduo é importante, na criança é muito maior, de modo que é necessário investir nesta criança.
Descobrir as habilidades desta criança.



Vídeo-Aula 24
Modelos de ensino: das concepções docentes às práticas pedagógicas
Profª  Cláudia Helena Yazlle - CINDEDI

A educação inclusiva tem sido um grande desafio no processo de ensino aprendizagem e não é uma temática para ser trabalhada isoladamente por qualquer que seja o grupo. Para um trabalho satisfatório e eficiente, precisamos que todas as instâncias da sociedade dialoguem entre si gerando um ambiente mais acolhedor para este público.
Esta vídeo-aula apresenta então os desafios da inclusão - Pedagogia em movimento: diversidade e aprendizagem:
Antes tínhamos um modelo de trabalho para o professor voltado para o ensino. Com as transformações temos outros valores como o desafio de pensar mais a aprendizagem do aluno, como o aluno aprende. Houve mudanças que geraram novos desafios:
- Com a integração das áreas do conhecimento;
- Valorização do trabalho em equipe e da figura do coordenador;
- Processo de inclusão escolar: grupos culturais diversos, NEEs,  – desafio: sucesso escolar.
- Ampliação da função da escola: ex: ecologia.
- Esvaziamento: sensação de ter que dar conta de tudo, tarefa grande que dá a sensação deperda de foco, a clareza e a objetividade;
- O trabalho em equipe é fundamental;
Inclusão: processo complexo e amplo. Os grandes protagonistas são as crianças , família, escola.
Quais são os desafios:
Das famílias:
- Necessidade de aceitação e acolhimento;
- Estabelecimento de vínculo e relações sociais, tenha amigos;
- Autonomia independência;
- Necessidade de aprendizagem.

Outras famílias:
- Receio de imitação em aprendizagem;
- Perda em aprendizagem dos demais alunos;
- Valorização da inclusão como princípio ético.

Para os professores:
- Estar preparado ou não;
- Garantir a aprendizagem;
- Disciplinas e regras – Lidar com as diferenças.

Crianças com NEEs:
- Desafio: ouvir e entender suas reais necessidades;
- Reconhecer capacidades e habilidades;
- Identificar necessidades;
- Paradoxo da pluralidade.

Demais crianças:
- Curiosidade e interesse pelas diferenças;
- Regras do grupo – negociações e reflexões;
- Respeito pelas diferenças.

Escola:
- Importante papel da coordenação e direção;
- Espaços de reflexão, planejamento e avaliação permanentes;
- Sustentar dúvidas e perguntas;
- Estabelecer parcerias com outros profissionais.

Profissionais da saúde:
- Ênfase na dificuldade e na deficiência (visão normalizadora);
- Visão clínica e individual;
- Pouco conhecimento do ambiente e dos desafios escolares;
- Importante processo no desafio da inclusão;
- ajudar na busca de recursos e estratégias.

Com muita boa vontade, busca de formação, abertura para o novo, compromisso com a ética e desejo de acertar, conseguiremos superar os desafios transformando tudo isso em material para um trabalho feito em equipe intersetorial e com boa parceria com a família. Que cada um de nós e todos juntos façamos a nossa parte!!!!!


Vídeo-Aula 27
O professor não pode estar só – Parte 1
Profª Claudia Yazlle- CINDEDI
Um processo de inclusão para ter êxito precisa considerar que não é algo para se fazer sozinho! Depende do estabelecimento de uma rede intersetorial e um respeito muito grande pela pessoa. São muitas as variáveis que encontramos, mas certamente quando todos os envolvidos estão cientes do que e como se deve fazer as coisas fluem com facilidade. Pensemos nisso!
Protagonistas do processo de inclusão: próprio aluno, professores, pais e profissionais da saúde. Esse processo de inclusão se dá na sociedade com suas representações, expectativas, contradições e as relações que se estabelecem contextualizando o processo de inclusão  –matriz sócio-histórica.
Outros protagonistas: demais crianças da turma, demais colegas, funcionários da escola, processo mais amplo que o processo de inclusão.
Nas famílias há uma busca de aceitação e acolhimento, fazendo vínculos afetivos, vivendo e usufruindo  desse contexto escolar . Acompanha tudo isso o receio de que as coisas não ocorram como devem. Há a expectativa também de que elas aprendam, dominem o patrimônio cultural, as famílias se dão conta disso e exigem da escola.
Nas outras famílias tem um certo receio de que seus filhos sejam agredidos, ou imitem as características, outro receio comum é que o professor deixe o filho de lado para  atender as crianças com NEEs. Ainda há famílias que consideram essa convivência como  rede de sobrevivência. Outras famílias acham que esta é uma chance de convivência, interesse e apoioam o processo de inclusão.
Aos professores. A primeira questão é a pergunta de estar ou não preparado. O que é estar preparado? Como se preparar? Quanto a aprendizagem surgem dúvidas como  qual o papel que o professor deve exercer ? como lidar com o diferente? Rotina, atividades e regras é diferente para esta criança? É só para esta criança ou para outras também tenho que diferenciar?
Quanto as crianças com NEEs , o que está posto para elas? Deve-se ouvir, escutar de fato? Quais as suas possibilidades dela neste grupo? Identificar suas necessidades.
Demais crianças: demonstram muito interesse, curiosidade, a imitação, estratégia para esclarecer vínculo, reflexões sobre o grupo.
A escola exerce papel fundamental, deve participar do nesse processo de inclusão criar espaços  como um tipo permanente para a reflexão, estabelecer parcerias.
Profissionais da saúde: articulação de parcerias, visão clínica e individual, olhar mais focado na dificuldade.

 

Vídeo-Aula 28
O professor não pode estar só – Parte 2
O espaço interdisciplinar
Profª Jaqueline Amorim - CINDEDI 
O professor precisa deixar de estar só... mas como? Esta aula pontua algumas ações que permitem ao professor a criação de um espaço interdisciplinar, na medida em que estabelece uma rede de apoio ao redor do aluno. Cabe À escola e sua equipe ir buscando formas de estabelecer as parcerias externas para que o professor consiga estabelecer bem a sua função. A colaboração de todos é sempre muito importante. Vejamos então:
A Constituição Federal 88  - igualdade de acesso e permanência na escola para todos. Isso não se tornou realidade ainda. A inclusão da sala de aula , o professor está só e isto gera frustração no professor e aluno. O exercício de lidar com a frustração requer paciência e dedicação. Essa questão merece espaços para compartilhamento.
Como o professor pode preparar a aula investindo nos potenciais do aluno. O professor sozinho, ainda que busque ajuda na equipe escolar, vê seus esforço e recursos esgotados no âmbito educacional, a dificuldade e incapacidades do aluno acabam por questionar a capacidade do professor.
O professor acaba sentindo-se desvalorizado e desestimulado. Surgem então a necessidade do trabalho em equipes:
Equipe escolar que tem por obrigação de garantir uma escola organizada e inclusiva, realizar encaminhamentos  e solicitar serviços, buscar suportes, estabelecimento de parcerias e convênios, mapear os recursos da comunidade,  etc. aluno e professor são culpabilizados pelo insucesso, assim aluno acaba por ser excluído e o professor sente-se desestimulado.
Muitas vezes as famílias não encontram escolas organizadas para receber a todos e fazer um bom atendimento, o que é uma forma de discriminar.  A escola deve criar formas de atenção e encaminhamentos. Cabe à escola acionar a equipe interdisciplinar com profissionais da saúde na comunidade.
Múltiplos profissionais atuando de forma interdisciplinar possibilitam ampliação de saber e perspectivas, possibilidade da compreensão da criança em suas possibilidades. É preciso pensar no diagnóstico multidisciplinar, o professor deve procurar as implicação es deste diagnóstico para o andamento da vida escolar do aluno.
No espaço interdisciplinar pode apresentar áreas de dificuldades e potencialidades. Se o professor não conseguir acionar todos os profissionais da escola, é necessário que a sua equipe ajude-o a fazê-lo. A sala de aula com o professor não estando sozinho, temos um professor com motivação a mudança e a compreensão empática do aluno, a tarefa inicial de conhecer seus alunos com apoio de outros profissionais. É necessário garantir o espaço intraescolar para socialização, expor experiências, frustrações e trabalhar desafios. Deve estar aberto a aprender e atualizar-se.