Educação e Valores
Prof.ª Kátia Pupo
Prof.ª Kátia Pupo
Um assunto atual e que precisa ser muito discutido pelos educadores é o Bullying. Isto não quer dizer que seja um fenômeno novo, mas que os estudos são recentes, datam a década de 70 para os Estados Unidos e no Brasil começa a ser estudado em 2003.
Está muito presente em nossas escolas, embora não ocorra só nelas e, por vezes é banalizado, fazendo parte do cotidiano escolar, sem que os educadores promovam uma ação verdadeiramente eficaz para que este fenômeno seja minimizado nos ambientes educacionais.
Embora os educadores não façam a intervenção adequada, é necessário saber que o Bullying traz consequências sérias para a vítima.
Para que fique bem claro do que se trata este fenômeno, seguem informações muito importantes da vídeo-aula apresentada pela Prof.ª Kátia Puppo:
O termo Bullying é utilizado em inglês por não haver em português um termo apropriado que englobe todas as características deste fenômeno. Consiste em todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s) causando dor e angústia e executadas dentro de uma relação desigual de poder e capacidade defesa.
Algumas das ações que estão incluídas no fenômeno Bullying:
- Humilhação;
- Xingamentos;
- Difamação;
- Constrangimento;
- Menosprezo;
- Intimidação;
- Ameaças;
- Exclusão;
- Perseguições;
- Agressão física;
- Roubo.
Alguns dados nos revelam que 40,5% dos adolescentes já vivenciou a situação como alvo (vítima), agressor ou expectador. Acontecem com frequência na sala de aula, na presença do professor e a não interferência do mesmo agrava a situação. 50% das vítimas não denunciam por medo de represálias.
Como características, os meninos praticam mais a agressão física e as meninas mais fofoca, difamação e exclusão do grupo.
O educador necessita saber diferenciar o que é uma brincadeira, ainda que de mau gosto do Bullying propriamente dito:
Para ser assim considerado deve apresentar:
· Uma ação repetida e intencional;
· Com duração prolongada (1 semestre, 1 ano, vários anos);
· Sem motivação (não há nada na vítima que o justifique;
· Desequilíbrio de poder;
· Impossibilidade de defesa.
· O mentor intelectual do Bullyng às vezes fica no anonimato.
Não é muito adequado traçar o perfil dos envolvidos, mas a combinação de várias características desta lista deve ser considerada por servirem de pistas.
Em relação à Vítima:
· Pouca habilidade de socialização;
· Dificuldade para reagir;
· Características físicas, comportamento, orientação sexual; condição socioeconômica;
· Hiperativas e impulsivos (vítimas provocadoras);
· Muitas vítimas tornam-se agressores;
· Não pedem ajuda.
· Em relação à Agressores:
· Ambos os sexos;
· Desrespeito contínuo às normas;
· Dificuldade de lidar com a frustração;
· Liderança;
· Pequenos delitos;
· Dempenho escolar regular ou insuficiente;
· Ausência de culpa;
· Desafiadores e agressivos;
· Dificuldade em lidar com figuras de autoridade (desafiadores);
· Mentiras constantes (para esconder seus atos);
Em relação aos Expectadores:
É importante dizer que os expectadores contribuem muito para manter o Bullying na medida em que o observam e se omitem, alimentando a impunidade Podem ser passivos (só assistem e não interferem para não se tornarem vítimas) ou ativos (o estimulam, o incentivam).
Cyberbullying ou Bullying Virtual:
· É praticado na internet;
· Mais amplo, seu efeito é multiplicador e duradouro;
· Anonimato;
· Impunidade;
· Maioria de adolescentes;
· Passível de ação penal.
Consequências do Bullying:
· Tendência ao isolamento;
· Dificuldade de participar das discussões em sala de aula;
· Queda do rendimento escolar;
· Fobia escolar;
· Mudança de humor;
· Insônia, sintomas de dor de cabeça, estômago;
· Irritação, ansiedade, tristeza;
· Mais propensas a desenvolver transtornos afetivos, depressão, anorexia, bulimia, síndrome do pânico;
· Suicídio e homicídio.
Intervenções possíveis antibullying:
· Conscientização;
· Sensibilização da comunidade escolar;
· Ambiente de confiança solidário e ético);
· Estabelecer regras e limites claros;
Para que o Bullying diminua é preciso criar escolas democráticas, estimular os alunos a falar dos sentimentos, discutir normas de convivência e valores morais, educar para a paz. As assembleias escolares cumprem um papel muito relevante neste processo. Tais procedimentos dão muito apoio às vitimas.
Ao educador cabe o papel de estabelecer regras e mostrar que o Bullying não será admitido na escola. Essa postura favorece a diminuição deste fenômeno.
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